
Protocolo assinado entre as duas entidades insere-se no âmbito da “Estratégia Oeiras Ciência e Tecnologia” e institui a criação de um prémio aberto a investigadores de todas as áreas. Este terá um valor de até 240 mil euros por projeto de dois anos, correspondendo a um máximo de 120 mil euros por ano.
A Câmara de Oeiras e a Fundação Calouste Gulbenkian uniram-se com vista a apoiar financeiramente investigadores de topo nas mais diversas áreas científicas que façam ou venham a fazer investigação no Município. O apoio será atribuído através do Prémio “Oeiras – ERC Frontier Research Incentive Awards”, cujo protocolo para a respetiva criação foi assinado esta terça-feira, 24 de novembro, pelo Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, e por José Neves Adelino, administrador executivo da Fundação Calouste Gulbenkian.
“Todos estão a tomar consciência de como é fundamental que sejam criadas condições aos cientistas para que eles possam trabalhar, possam investigar, possam fazer descobertas, possam inovar” afirmou Isaltino Morais, durante a cerimónia de assinatura, acrescentando que “este protocolo é a face visível daquilo que tem vindo a ser feito, mas sobretudo uma demonstração do empenhamento da Câmara Municipal”. E reforçou que o município que lidera “será sempre um parceiro” com que as instituições do concelho “podem contar”.
O Prémio “Oeiras – ERC Frontier Research Incentive Awards” destina-se a financiar os projetos de elevada qualidade que tenham apresentado candidatura a bolsas individuais ao Conselho Europeu de Investigação (European Research Council – ERC), mas que não conseguiram garantir fundos devido a restrições no orçamento do ERC.
O Conselho Europeu de Investigação (ERC) é a principal entidade financiadora de projetos de investigação na Europa. Esses projetos são impulsionados por investigadores de todas as áreas (Ciências da Vida, Ciências Físicas e Engenharia, Ciências Sociais e Humanas) e destacam-se pelas ideias mais inovadoras e revolucionárias.
Desde 2007, mais de 9.000 projetos foram financiados pelo ERC, a partir de mais de 65.000 candidaturas. A taxa de sucesso média é de 13%, deixando muitos trabalhos considerados excelentes fora do financiamento.
Para contrariar esta tendência, a Câmara Municipal de Oeiras vai assim apoiar o Centro Colaborativo Gulbenkian do Instituto Gulbenkian de Ciência, no financiamento de candidatos da ERC. O incentivo deverá ser utilizado para desenvolver dados preliminares e outras atividades de investigação para o aperfeiçoamento da proposta a fim de reapresentá-la à ERCEA (agência executiva do ERC) no prazo de três anos.
Esta iniciativa insere-se na “Estratégia Oeiras Ciência e Tecnologia” que pretende reconhecer o Município como inovador e impulsionador de iniciativas de cariz científico, além de captar talento para o concelho e aumentar a atratividade de Portugal nesta área.
O prémio, aberto a investigadores de todas as áreas de investigação, terá um valor de até 240 mil euros por projeto de dois anos, correspondendo a um máximo de 120 mil euros por ano.
Para concorrer é preciso que, no prazo de 10 dias úteis, após publicação dos resultados do último concurso de bolsa individual do ERC (prevista para dezembro 2020), as instituições de acolhimento do território de Oeiras contactem a Comissão de Acompanhamento constituída para o efeito e entreguem uma lista de investigadores elegíveis para o prémio, particularmente as propostas que alcançaram o estágio 2, mas não foram financiadas.