
A COLife é uma aliança de seis institutos de investigação, apoiada pela Câmara Municipal de Oeiras, fundamental para fomentar sinergias científicas em prol da maximização do talento e da colaboração em ciências da vida e biomedicina.
O projeto nasceu em 2019, com a missão de promover a investigação, potencializando o conhecimento dos cientistas locais e internacionais, inovando nos métodos científicos e conectando a ciência com a sociedade.
A COLife reúne institutos sediados em Lisboa e Oeiras, de grande prestígio nacional e mundial. Fazem parte da associação a NOVA Medical School (NMS); o Champalimaud Research, da Fundação Champalimand (CR); o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET); o Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM); o Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade NOVA de Lisboa (ITQB NOVA) e o Instituto Gulbenkian de Ciência (ICG).
Conheça melhor a COLife, através das palavras de Mariana Silva, o “Rosto da Ciência” que coordena este projeto inovador de colaboração científica.
Quando e em que contexto surgiu a COLife?
A ideia de formar a COLife surgiu em abril de 2019, num encontro entre os diretores, investigadores e trabalhadores dos institutos que a formam. Neste encontro, cada instituição apresentou a sua missão, as suas linhas de investigação, as suas plataformas tecnológicas e os serviços de apoio à investigação. A aliança foi posteriormente formalizada no final de 2019.
O nome COLife tem um duplo significado. O C significa colaboração na área das ciências da vida (Collaboration in Life Sciences) e o O e o L simbolizam Oeiras e Lisboa, onde se localizam as nossas instituições. Esta aliança foi formada com o objetivo de maximizar, promover e fortalecer a investigação em ciências da vida, fomentando a educação, formação, inovação e ligação com a Sociedade, na região de Oeiras e Lisboa.
Quais são os propósitos e mais-valias da existência da COLife?
Um dos principais objetivos da COLife é maximizar o talento e a produtividade em ciências da vida e biomedicina na área de Oeiras e Lisboa. Desta forma, queremos potenciar a visibilidade nacional e internacional do nosso ecossistema científico local e promover um maior conhecimento e envolvimento por parte da comunidade científica global, tecido empresarial, agências de financiamento e sociedade civil.
Uma das prioridades e mais-valias da COLife é a maximização do nosso potencial através da colaboração e partilha de conhecimento e recursos tecnológicos (infraestruturas científicas e serviços de apoio à investigação). Cada instituto tem áreas de investigação únicas, mas complementares, que vão desde investigação fundamental a investigação mais aplicada em biotecnologia e investigação clínica. Cada instituto possui também plataformas de apoio científico distintas, com equipamentos científicos e cientistas altamente especializados, permitindo aos investigadores o acesso a uma ampla gama de serviços e equipamentos tecnológicos.
Esta diversidade de conhecimento científico e infraestruturas tecnológicas permite acelerar as descobertas científicas nas nossas instituições e estudar questões e problemas que exigem uma maior interdisciplinaridade.
Quais são as principais iniciativas que a COLife está a desenvolver?
A COLife tem desenvolvido até à data, maioritariamente, dois tipos de iniciativas: iniciativas internas, que têm como objetivo criar sinergias entre os vários institutos e estabelecer o espírito de comunidade entre os nossos cientistas; e iniciativas de comunicação externas, que têm como objetivo dar a conhecer a COLife à comunidade científica global, a vários stakeholders e à sociedade civil.
Das iniciativas internas gostava de destacar três: os seminários partilhados entre as várias instituições, que têm como objetivo dar a conhecer as instituições aos parceiros; os cursos e workshops técnicos, organizados pelas nossas plataformas tecnológicas para os cientistas da COLife e outros cientistas nacionais e internacionais; e a partilha de boas práticas entre os serviços de apoio à investigação dos vários institutos.
Das iniciativas de comunicação para a comunidade gostava de destacar duas: a campanha de sensibilização para a vacinação contra a COVID-19 – Conversas com cientistas –, realizada em abril de 2021, que consistiu em mais de 400 sessões online para cidadãos e estudantes de todo o país, e nas quais os nossos cientistas falaram de como foi possível desenvolver as vacinas em tão pouco tempo; e o hackathon, que realizámos em março deste ano, com o apoio da ciência viva e da Câmara Municipal de Oeiras, no qual estudantes universitários de diversas áreas (biologia, física, gestão, engenharia…) desenharam e discutiram soluções científicas para problemas associados com a alimentação mundial, desde produção de comida até à sua influência na saúde humana e no ambiente.
Quais as vantagens do trabalho em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras?
A COLife tem beneficiado direta e indiretamente do apoio essencial da Câmara Municipal de Oeiras. Oeiras é um concelho no qual estão localizadas três das nossas instituições, e que se destaca por ter uma estratégia para a ciência e inovação única a nível nacional. A Câmara tem apoiado várias iniciativas realizadas pela COLife, nomeadamente o hackathon Future Food Challenge e a realização do vídeo de apresentação da COLife, que podem visualizar no nosso website.
Para além deste apoio direto, a Câmara apoia várias iniciativas de comunicação de ciência para sociedade das nossas instituições de Oeiras; iniciativas do InnoValley, que potenciam toda a nossa comunidade científica; e iniciativas do Centro Colaborativo do IGC, o qual realiza atividades que beneficiam todo o ecossistema científico COLife, nomeadamente o Oeiras – ERC Frontier Research Incentive Award, o programa de sabáticas e a organização de cursos internacionais, que trazem para Oeiras investigadores de excelência nacionais e internacionais.
Qual é o balanço que faz da sua experiência na COLife e como perspetivam o trabalho futuro em Oeiras?
A minha experiência como coordenadora da COLife tem sido muito positiva e estimulante. Eu sou bioquímica de formação, fiz o meu doutoramento no IGC. Este foi seguido de um pós-doutoramento no Vienna BioCenter na Áustria, um centro de excelência europeu composto por 6 institutos de investigação na área das ciências da vida e várias empresas de biotecnologia. No final de 2019, voltei para Portugal para abraçar este projeto, que tem como objetivo facilitar e valorizar a investigação em ciências da vida na região de Oeiras e Lisboa.
Este projeto é muito especial para mim, uma vez que assenta numa das premissas que sempre segui enquanto investigadora: a da que a colaboração e partilha são essenciais para a solução de problemas complexos, geração de conhecimento e transformação deste conhecimento em aplicações que tenham impacto na vida dos cidadãos. A situação pandémica que temos vivido nos últimos anos veio reforçar ainda mais esta importância da colaboração e partilha de conhecimento para arranjarmos soluções eficazes e atempadas para problemas atuais e futuros.
Espero no futuro estreitar ainda mais a ligação e colaboração entre a COLife e a Câmara Municipal de Oeiras. Oeiras é um exemplo, a nível nacional, no que diz respeito à estratégia e investimento para a ciência e inovação, e a COLife pode ter um papel importante em maximizar o retorno destes esforços e investimentos, e em incentivar a sua replicação noutros municípios do nosso país.