Mais de 15 mil pessoas trabalham todos os dias no Taguspark, o maior parque de ciência e tecnologia do País. Em entrevista ao Oeiras Valley, o CEO Eduardo Baptista Correia fala sobre as vantagens competitivas desta infraestrutura e projeta o futuro do Taguspark.
Espaços verdes em abundância. Estacionamento ordenado. Infraestruturas tecnológicas de excelência. Um conjunto alargado de serviços que propiciam o bem-estar e a felicidade a quem ali trabalha. Um ambiente único de complementaridade entre o ensino, a inovação e o mundo empresarial. Estas são algumas das principais mais-valias do Taguspark – o maior parque de ciência e tecnologia de Portugal. Eduardo Baptista Correia, CEO do Taguspark, explica em entrevista que a ambição deste parque é contribuir para a criação de soluções que possam ser exportáveis.
O que torna o Taguspark numa infraestrutura única no País?
O Taguspark é o maior parque de ciência e tecnologia em Portugal. É aquele que tem mais empresas residentes, mais empresas incubadas, mais pessoas a trabalhar, mais projetos de referência. E, ao longo da sua história, tem demonstrado saber fazer bem a ligação entre a universidade, os centros de investigação e o meio empresarial.
Queremos ser a referência em algumas matérias que estão no ADN de um parque de ciência e tecnologia, nomeadamente, no diz respeito ao apoio a projetos que contribuam para o desenvolvimento económico, para o crescimento das exportações e para o posicionamento do País e da região do Oeiras Valley.
Queremos também ser uma referência cívica. Nesse sentido, identificámos quatros pilares.
O primeiro pilar é comportamental e está relacionado com o objetivo de termos zero beatas no chão, zero papéis no chão, zero automóveis mal-estacionados.
O segundo pilar diz respeito à separação de resíduos sólidos. No âmbito da economia circular temos vindo a desenvolver alguns projetos interessantes nesta matéria. As beatas de cigarros, por exemplo, vão integrar um projeto que está a ser desenvolvido no ISQ, em que uma startup está a criar um tijolo para a construção civil que tem como matéria-prima as beatas.
O terceiro pilar, de mais longo prazo, prende-se com a nossa vontade de garantirmos a nossa independência energética. E, nesse sentido, iremos introduzir gradualmente fontes de energia solar.
Por último, o quarto pilar é o da dignidade laboral. Queremos, gradualmente, garantir que o salário mínimo no Taguspark é superior a mil euros.
Como se comprova a dimensão do Taguspark?
O Taguspark não só é o maior parque de ciência e tecnologia. É a maior cidade de trabalho em Portugal. Aqui residem, em termos laborais, entre 15 mil e 20 mil pessoas e estão sedeadas entre 150 a 200 empresas. Temos 120 mil metros quadrados de construção feita. Estamos a desenvolver neste momento três novos edifícios: um hotel de quatro estrelas; um edifício de raiz para a PHC e um outro edifício para uma empresa atualmente residente no Taguspark.
E temos um potencial de crescimento enorme. Há uma segunda fase onde poderemos construir entre 150 a 400 mil metros quadrados. Portanto, somos a maior cidade de trabalho em Portugal e temos a capacidade para crescer mais do dobro daquilo que é a estrutura atual do Taguspark.
“O Taguspark não só é o maior parque de ciência e tecnologia. É a maior cidade de trabalho em Portugal. Aqui residem, em termos laborais, entre 15 mil e 20 mil pessoas e estão sedeadas entre 150 a 200 empresas”
Quais são as principais vantagens do Taguspark em estar instalado no município de Oeiras?
Desde logo a sua localização geográfica: estamos quase equidistantes do centro de Lisboa e do centro de Cascais, com uma grande proximidade à A5, ao IC 19 e ao Aeroporto Internacional de Lisboa. Do ponto de vista de qualidade de vida, temos vistas absolutamente magnificas.
De destacar também o facto de estarmos no município que mais tem crescido nas últimas décadas. Oeiras tem entre 30% a 40% da capacidade tecnológica instalada em Portugal, o que é um feito extraordinário. Por outro lado, é bom estarmos rodeados de pessoas e instituições ambiciosas. E não temos dúvidas de que a Câmara Municipal de Oeiras é uma referência nacional na gestão do território. Desta forma, o Taguspark beneficia pelo facto de estar inserido num coletivo que partilha as mesmas ambições e que serve muitas vezes de inspiração.
O que atrai as empresas para o Taguspark?
Estar no Taguspark é hoje uma mais-valia para as empresas. Por outro lado, vamos ser uma das primeiras entidades em Portugal a disponibilizar 5G. Ao longo dos seus quase 26 anos de história, o Taguspark tem sido sempre uma referência na facilidade e potência das infraestruturas de telecomunicações que oferece.
Outra mais-valia do Taguspark é o ambiente de complementaridade que cultivamos. Aqui o conhecimento não é estanque. Aprendemos todos uns com os outros. Exemplo disso, é o programa “Quem é Quem”, onde divulgarmos aquilo que as organizações que aqui estão instaladas fazem. O objetivo desta iniciativa é garantir que as empresas encontram no Taguspark quem as complemente, quem as possa servir e os parceiros com quem podem fazer negócios.
Quais são as maiores metas do Taguspark para o futuro?
Gostaria de ver o Taguspark integrado numa visão de desenvolvimento da economia nacional. A nossa ambição passa por criar soluções possam ser exportáveis para o mundo inteiro. E neste campo, tenho defendido que Portugal só pode enriquecer se olhar para o seu principal ativo: o mar. Quando analisamos a zona económica exclusiva marítima, somos o maior país da Europa. Gostaria de ver o Taguspark como uma referência na incubação e desenvolvimento de projetos na área da economia do mar a nível mundial, pois podemos explorar o mar de variadíssimas formas: como fonte de energia ou como fonte de alimento, entre muitas outras.