Com o objetivo de aumentar o número de peixes autóctones, inclusive espécies em perigo de extinção, nos cursos de água da Região Oeste, vários municípios unem-se em parceria à Águas do Tejo Atlântico e ao ISPA.
A iniciativa decorre no âmbito do projeto “Peixes Nativos”, que tem como objetivo repovoar os rios com peixes nativos. Esta atividade é agora possível devido às estações de tratamento de água, que garantem águas limpas.
Sob a coordenação científica do ISPA, foram selecionadas nove espécies que habitavam 17 ribeiras do Oeste, antes de desaparecerem devido à poluição e à presença de espécies invasoras. Entre essas espécies estão a boga-portuguesa e o ruivaco-do-oeste, que estão na categoria mais elevada de risco de extinção, além do escalo-do-sul e da enguia-europeia, que estão na segunda categoria mais elevada de risco.
A reprodução das espécies será feita no Aquário Vasco da Gama e, posteriormente, serão libertadas nas ribeiras. Esta ação é feita em coordenação com os municípios, como o município de Oeiras. A parceria decorre ainda com o município de Alenquer, Azambuja, Caldas da Rainha, Mafra, Óbidos, Sintra e Torres Vedras. Espera-se ainda que durante estes momentos possam participar munícipes e alunos das escolas locais. Hugo Xambre, vice-presidente do Conselho de Administração da Águas do Tejo Atlântico explica que “São as próprias crianças que colocam os peixes nos rios. Mas queremos também começar a chegar a um público mais sénior”.
Além do repovoamento, o projeto “Peixes Nativos também” inclui a reabilitação das margens dos rios em conjunto com os municípios, utilizando espécies de plantas que contribuam para a renaturalização dos ecossistemas e ajudem a equilibrar os níveis de azoto nas águas.
Além do Aquário Vasco da Gama, a iniciativa conta com o apoio do MARE – Centro de Ciências do Mar e Ambiente, do Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e do Pavilhão da Ciência – Ciência Viva.