O livro do coordenador do Centro de Estudos Arqueológicos do Concelho de Oeiras foca-se assim num período história económica, social e política de Portugal, desde 1487, altura em que o Rei D. João II deu primazia à construção das ferrarias.
O professor catedrático da Universidade Aberta e coordenador do Centro de Estudos Arqueológicos do Concelho de Oeiras (CEACO), João Luís Cardoso, recebeu o Prémio Augusto Botelho da Costa Veiga da Academia Portuguesa da História, pela sua obra “A Fábrica da Pólvora de Barcarena e as ‘Ferrarias del Rey’: um projecto de arqueologia industrial em construção”. O prémio foi atribuído no passado dia 7 de dezembro numa cerimónia na Academia Portuguesa da História.
O livro que valeu o prémio ao professor catedrático João Luís Cardoso foi editado pela Câmara Municipal de Oeiras e resultou de uma campanha de escavações arqueológicas realizada em 2009 que permitiu identificar novos e extensos vestígios das antigas Ferrarias del Rey, na Ribeira de Barcarena.
Este edifício servia de estrutura às únicas ferrarias do território português com o estatuto régio, construídas no século XV, que se destinava ao fabrico de armas brancas, e acabou por se transformar num verdadeiro complexo tecnológico-militar de primeira importância à escala ibérica e europeia.
Além da produção de armas, estas ferrarias serviram também para o fabrico de pólvora, conhecendo-se períodos de grande azáfama, relacionados com a própria história de Portugal: primeiro com a expansão ultramarina, mais tarde, para assegurar a própria independência do Reino. A sua atividade fabril cessou, definitivamente, em 1988.
O livro do coordenador do Centro de Estudos Arqueológicos do Concelho de Oeiras foca-se assim num período história económica, social e política de Portugal, desde 1487, altura em que o Rei D. João II deu primazia à construção das ferrarias, proibindo mesmo que pedreiros envolvidos na construção do edifício primitivo das suas ferrarias, na Ribeira de Barcarena, fossem ocupados com outros trabalhos.