É do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQB-NOVA), sediado em Oeiras, que sai a descoberta de três novos remédios que fragilizam o vírus da COVID-19.
De acordo com o Diário de Notícias, a equipa de cientistas que liderou esta investigação já está a tratar do registo da patente. Esta descoberta poderá ter um impacto mundial na luta contra a SARS-CoV-2.
Cecília Arraiano, Margarida Saramago e Rute Matos lideraram o projeto, juntamente com Cátia Bárria, Vanessa Costa, Sandra Viegas e Susana Domingues. A estas cientistas juntam-se também as equipas do Laboratório Modelação de Proteínas, com Caio Souza, Diana Lousa e Cláudio Soares, e do Laboratório Nacional de Referência de Saúde Animal do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), com os virologistas Miguel Fevereiro e Margarida Henriques Mourão.
O processo, que começou há pouco mais de um ano, decorreu em tempo recorde e culminou com resultados positivos. A descoberta permite uma infeção mais controlada do vírus.
As cientistas resumem: “De forma muito simples, pode dizer-se que em vez de as pessoas desenvolverem doença grave e terem de ir parar ao hospital, poderão ficarem casa com uma constipação a assoar-se.”
Concluída a fase da investigação laboratorial, a equipa aguarda o fim do processo de registo de patente para avançar para a fase seguinte.
“A partir daqui, é trabalho para a indústria farmacêutica. São os ensaios clínicos em humanos, já não depende de nós”, dizem.
Dois dos três fármacos descobertos já foram aprovados pelas autoridades do medicamento internacionais, nomeadamente pelo regulador dos EUA, a FDA (Food and Drugs Administration). Estes remédios são já usados para outras doenças, o outro está em vias disso.
O Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier (ITQB-NOVA) é uma unidade orgânica da Universidade Nova de Lisboa. A sua missão é fazer investigação científica e promover formação avançada em ciências da vida, química e tecnologias associadas, para benefício da saúde humana e do ambiente.
Atualmente, conta com 50 grupos de investigação e 500 investigadores. E Em 2020, criou uma task force para trabalhar no tema e desenvolver projetos. Um destes projetos tem como foco o desenvolvimento de uma vacina oral contra o SARS-CoV-2, que está a ser realizado em colaboração com o Instituto Gulbenkian de Ciência. O projeto está de momento em fase experimental com ratinhos e os primeiros resultados deverão surgir nos próximos meses. Outra equipa de cientistas do ITQB-NOVA realizou rastreios-piloto de um teste de saliva com resultados visíveis a olho nu, desenvolvido na instituição. Mas o instituto tem estado na linha da frente do combate à pandemia. Desde 2020 que, em parceria com a Câmara de Oeiras, já realizou milhares de testes RT-PCR de diagnóstico covid-19 a trabalhadores de primeira linha, como bombeiros, polícias e auxiliares educativos.