A crise de saúde pública provocada pela pandemia de COVID-19 levou a que muitas empresas e profissionais se vissem obrigados a trabalhar a partir de casa, por forma a poderem dar continuidade às suas atividades e, mesmo assim, cumprindo as medidas de contingência determinadas pelas autoridades para combaterem o avanço da doença.
O uso conjugado de poderosas ferramentas de informação e comunicação à distância com novas formas de organização do trabalho permitiu que o teletrabalho se tornasse uma realidade imediata para muitos. Um inquérito feito pela plataforma de serviços locais Fixando calcula que 40% dos trabalhadores portugueses obrigados ao confinamento estão em teletrabalho.
O que é o teletrabalho?
O trabalho à distância está previsto na legislação portuguesa, definido como “prestação laboral realizada com subordinação jurídica, habitualmente fora da empresa e através do recurso a tecnologias de informação e de comunicação”.
A lei estabelece que o trabalhador em regime de teletrabalho tem os mesmos direitos e deveres dos demais trabalhadores e que o empregador deve “respeitar a privacidade do trabalhador e os tempos de descanso e de repouso da família” daquele, bem como “proporcionar-lhe boas condições de trabalho, tanto do ponto de vista físico como psíquico”.
Na generalidade, a adoção do regime de teletrabalho é considerada por acordo entre as partes, ainda que com exceções, mas as medidas definidas para combate ao novo coronavírus estabelecem que, enquanto estivermos o estado de exceção, o regime de teletrabalho pode ser determinado unilateralmente pelo empregador ou requerido pelo trabalhador, sem necessidade de acordo das partes, desde que, claro, seja compatível com as funções exercidas.
Conselhos para ser produtivo
Mudar o enquadramento da nossa atividade, juntando casa e emprego, dois planos que normalmente estão separados, pode gerar problemas e alterar significativamente a produtividade, especialmente para quem se encontra, de repente, no regime de trabalho à distância, sem tempo para adaptação.
A primeira coisa a fazer é escolher a tecnologia indicada para conseguir desenvolver a atividade à distância; se isto não funcionar, o trabalho sai prejudicado e a produtividade também.
Depois, é melhor delimitar o espaço de trabalho, montar o escritório em casa, num local definido, para que não se misture trabalho com lazer ou descanso, evitando distrações e separando estes dois mundos. Se possível, que seja uma divisão da casa, caso contrário, uma mesa ou secretária cumprem o objetivo. Certifique-se que fica confortável.
Estabeleça rotinas, como aquelas que cumpria quando estava em regime de trabalho presencial. Vista-se para trabalhar (evite o pijama), determine um horário de trabalho e cumpra-o, para não ser absorvido pela sua atividade. No final do dia de trabalho, feche o portátil, desligue o computador, coloque-se como ausente nas aplicações que usa para trabalhar e saia do escritório.
Durante o dia de trabalho, faça pausas. Isso vai ajudá-lo a concentrar-se e a recuperar energia.
Faça uma lista de tarefas e defina objetivos para diferentes períodos de trabalho, a começar por cada dia que começa. Pode programar alarmes no telemóvel para o ajudar a estar atento aos prazos.
É importante que mantenha o contacto com os colegas de trabalho, através de todas as ferramentas de comunicação que temos, hoje em dia, ao dispor. Continua a ser importante trocar ideias e manter o espírito de equipa.
No final, os estudos indicam que quem está em casa pode até ser mais produtivo do que em regime presidencial, com a devida adaptação.