Oeiras Experimenta e Space Messengers são dois projetos apoiados pelo Município de Oeiras, onde se destaca a participação de jovens entusiastas da ciência. O Oeiras Valley esteve à conversa com cinco dos jovens participantes dos projetos.
Além das suas vidas de estudantes agitadas, cinco jovens do Município de Oeiras, dedicam o seu tempo a dois projetos de ciência – Oeiras Experimenta e Space Messengers. Diogo Duarte é Data Visualization Engineer na Feedzai e Maria do Fundo é estudante de Direção e Gestão Hoteleira, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Outra das jovens entrevistadas é Maria Matos, estudante de Engenharia Informática, a terminar a tese de Mestrado na mesma área, focada em Acessibilidade. Mário Daniel Vilas frequenta o 2.º ano da licenciatura em Engenharia da Energia e Ambiente na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e trabalha, atualmente, no Pavilhão do Conhecimento – Centro Ciência Viva. Miguel Liñan da Silva é o quinto jovem entrevistado e é estudante do 2º de Licenciatura em Engenharia Eletrónica no Instituto Superior Técnico.
Conheça melhor as histórias destes Rostos da Ciência e a sua envolvência com o concelho de Oeiras.
Como tomou conhecimento dos Projeto Space Messengers e Carbon Tree – Árvore de Carbono?
Diogo Duarte: Ia ter uma aula na faculdade, da qual estava a pensar em faltar (não o façam), onde iria estar presente uma convidada, a Agnes Chavez. Durante a sessão, ela apresentou-nos vários dos seus projetos, incluindo o Space Messengers, o qual me despertou curiosidade. Dado ao meu interesse e ao facto da Agnes ter mencionado que precisava de embaixadores, decidi sugerir à minha colega Maria, em tom de brincadeira, que nos candidatássemos. Após uma conversa no final da aula e alguns emails, juntamo-nos à equipa!
Maria do Fundo: Tomei conhecimento do projeto “Árvore de Carbono” através do Mário e do Miguel, no FIC.A (Festival Internacional de Ciência em Oeiras), onde fui voluntária com ambos. Apresentaram-me o projeto que haviam desenvolvido no Clube de Ciência Viva na Escola onde todos estudámos, no âmbito do Programa Ciência + Cidadã implementado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA) e Município de Oeiras. Foi também neste festival de ciência que conheci a Maria João Leão, coordenadora do programa Ciência+ Cidadã, que me falou da sua missão e dos projetos de ciência cidadã que estavam a ser desenvolvidos. A partir dessa altura fiquei intrigada e interessada em saber mais sobre a Árvore de Carbono e juntei-me à equipa.
Maria Matos: Na faculdade tive uma palestra com a fundadora do STEMarts Lab, Agnes Chavez, na qual apresentou diversos projetos já desenvolvidos pela organização. Um dos projetos apresentados foi o Space Messengers. No final da palestra, eu e o Diogo fizemos algumas questões sobre este projeto e a Agnes disse-nos para a contactarmos por email, pois tinha todo o gosto em falar-nos mais sobre o projeto. Após nos ser apresentado o projeto, foi-nos proposto que nos juntássemos como embaixadores de Portugal, visto que ela andava à procura de pessoas no nosso país para se juntarem ao projeto.
Mário Daniel Vilas: O meu envolvimento com o Projeto “Árvore de Carbono | Carbon Tree” começou ainda no meu secundário. Numa aula do 11.º Ano, uma professora falou-me deste projeto que relacionava duas áreas das quais me interesso – Ambiente e Tecnologia –, e que se tratava de uma colaboração entre dois grandes institutos de ciência sediados em Oeiras – o Instituto Gulbenkian Ciência (IGC) e o Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA). Esta colaboração permitiu-me ter um contacto direto com cientistas e investigadores, algo que nunca me tinha acontecido e que definitivamente me incentivou a continuar um percurso na área das Ciências.
Miguel Liñan da Silva: O Projeto Árvore de Carbono foi desenvolvido no âmbito do Programa Ciência + Cidadã implementado pelo Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA) e Município de Oeiras. Tomei conhecimento do projeto no início do meu 11º ano em 2020 através da professora coordenadora do Clube de Ciência Viva da nossa escola, a professora Cristina Pinho. Inicialmente, não sabia bem o que me esperava ao juntar-me ao projeto, mas hoje reconheço que este foi o início de uma jornada inesquecível no meu futuro académico e pessoal.
O que nos pode dizer sobre a sua participação neste(s) projeto(s)?
Diogo Duarte: Tanto eu quanto Maria começamos inicialmente a trabalhar apenas na estação de realidade virtual, mas agora desempenhamos um papel mais abrangente no planeamento e gestão das várias estações. Para além disso, também ensinamos outros estudantes a realizarem este trabalho.
Maria do Fundo: Desde que me juntei à equipa, a minha participação no projeto é maioritariamente a divulgação do mesmo juntamente com os meus colegas. Divulgamos este projeto em eventos, nomeadamente no Dia Aberto do IGC e do ITQB NOVA, nas ações do projeto Oeiras Experimenta, no Nos Alive 2023, na Noite Europeia dos Investigadores 2023 e no Encontro de Clubes Ciência Viva na Escola 2023 ambos realizados no Pavilhão do Conhecimento.
Nestes eventos, apresentamos a Árvore de Carbono a diferentes públicos, recebendo feedback de diferentes pessoas de diversas áreas. Na minha opinião, o mais entusiasmante e diferente é ouvir opiniões de pessoas que não são da área de ciências, tal como eu.
Graças a estes eventos, pudemos estabelecer contactos para melhorar a estação e/ou incorporá-la noutros projetos, como por exemplo no Lab in a Box (IGC), no Oeiras Experimenta (Ciência+ Cidadã), entre outros.
Maria Matos: Com este projeto já participei em dois festivais: no FIC.A, em Oeiras, em 2022 e este ano no ARS Electronica Festival, em Linz (Áustria). Para o FIC.A treinámos alguns alunos da Escola Secundária Sebastião e Silva para nos ajudarem com a limpeza e utilização dos óculos de Realidade Virtual (VR), de modo a proporcionar uma boa experiência a todos os visitantes do festival. Para o ARS Electronica Festival, alguns dos alunos que já tinham sido treinados também estiveram presentes, mas também treinámos os restantes, para todos serem capazes de desempenhar as mesmas funções. Nos festivais, depois de ser apresentado o projeto aos participantes, estes são encaminhados para o posto onde estão os óculos de VR, de modo a que possam experienciar o mundo virtual onde os alunos das diferentes escolas de diferentes países se encontram e partilham a sua experiência e conhecimento com o que aprendem sobre o espaço. Fora os festivais, estou também responsável por ajudar novos embaixadores a entrar e perceber o mundo da Realidade Virtual, como se usam os óculos e tudo o que estes implicam.
Neste momento desempenho o papel não só de embaixadora do projeto, mas também de coordenadora de VR. Sendo coordenadora de VR tenho a responsabilidade de instalar os postos da Realidade Virtual e do Cientista Avatar, e verificar se estão a funcionar corretamente. Este projeto tem-me dado novas oportunidades e experiências, oportunidade de conhecer novas pessoas de diferentes áreas e com outros conhecimentos. Além disso tenho tido a oportunidade de trabalhar com uma equipa de pessoas fantástica, com as quais tenho aprendido muito sobre diferentes assuntos, e tem-me desafiado a fazer mais e melhor.
Mário Daniel Vilas: Inicialmente eramos um grupo de cerca de 30 alunos de diferentes anos e áreas que fomos divididos em pequenos grupos de trabalho, onde cada grupo construiu de raiz a sua estação de monitorização da qualidade do ar. Estas estações tinham diferentes sensores capazes de medir diferentes poluentes como o dióxido de carbono (CO2), micropartículas (PMs), entre outros, e o objetivo dos grupos era utilizar esta nova ferramenta que tínhamos ao nosso dispor para estudar um poluente à nossa escolha algures no Concelho de Oeiras.
Eu e o meu grupo decidimos estudar as micropartículas (ou material particulado) – PMs – que eram expelidos dos escapes dos carros a combustão. Fazendo uma pesquisa inicial, apercebemo-nos que as PMs são dos principais poluentes nos meios urbanos e dos que têm maior consequência na saúde das pessoas. Daí surgiu a ideia de tentar conhecer se um carro mais recente com novas tecnologias polui mais ou menos que outro mais antigo, ou se um carro a gasolina emite mais PMs do que um carro a gasóleo. Todo o processo foi acompanhado pelas cientistas que na altura estavam envolvidas no projeto – a Dr.ª Raquel Gomes e a Dr.ª Eugénia Fernandes – e, no fim, apresentámos os nossos resultados entre grupos.
Numa fase posterior apenas eu e o Miguel decidimos continuar com o projeto, querendo levá-lo mais longe. Participámos em eventos como o NOS ALIVE, o Festival Internacional de Ciência de Oeiras (FIC.A), dias abertos dos institutos, entre outros. Entretanto a própria equipa do programa “Ciência + Cidadã” mudou, entrando a Maria do Fundo e a Dr.ª Maria João Leão como coordenadora. Na atual fase do “Árvore de Carbono”, queremos expandir horizontes levando-o a outras iniciativas de cidadania ativa como o “Oeiras Experimenta”, o “Lab in a Box”, entre outros.
Miguel Liñan da Silva: No começo, aprendi tanto de eletrónica e programação – na construção das estações de monitorização – como sobre o método científico no estudo da qualidade do ar nas salas de aula. Foi durante estes estudos iniciais que percebi que ainda havia um grande potencial a melhorar nas estações, pelo que decidi, por simples interesse e curiosidade, reprogramar a estação da altura de forma a desbloquear todo o seu potencial. Desde então, criei um fascínio pelo projeto e a forma como ajuda a proliferar uma cidadania mais ativa através destas estações eletrónicas DIY acessíveis a todos. Após esta fase inicial do projeto, eu e os meus colegas Maria e Mário divulgamos o projeto em diversos eventos desde: a Noite Europeia dos Investigadores; os dias abertos do IGC e do ITQB NOVA; o Dia da Terra na Gulbenkian; no NOS ALIVE 22 e 23; e no Encontro Nacional de Clubes de Ciência Viva na Escola. Nesses eventos, sensibilizamos as pessoas sobre o impacto da qualidade do ar nas nossas vidas e da importância de uma ciência cidadã. Durante os eventos recebemos um feedback bastante positivo, conseguindo até criar parcerias para incorporar novas adaptações das nossas estações em projetos como o Lab in a Box e o Oeiras Experimenta, havendo ainda mais propostas de parceria na mesa.
Qual a sua opinião sobre o investimento do município de Oeiras na ciência e nos jovens?
Diogo Duarte: Fico muito feliz em ver um município se preocupar em criar momentos de aprendizagem e desenvolvimento para os jovens. Honestamente, sinto inveja por não acontecerem coisas semelhantes onde vivo.
Maria do Fundo: Penso que o Município de Oeiras tem feito um ótimo trabalho a investir e a divulgar ciência. Foram realizados vários eventos e projetos nos últimos tempos, sendo algo bastante positivo na minha ótica. Promover a ciência é uma excelente forma de estimular o desenvolvimento pessoal nos jovens através do pensamento crítico e da curiosidade, preparando-os para um futuro que se prevê estar bastante ligado à tecnologia e à inovação e fazendo-os pensar conscientemente sobre questões de grande importância.
Oeiras, quando investe neste tipo de iniciativas, promove a ciência de modo criativo e dinâmico para tornar a mesma mais fácil de ser compreendida por todas as idades e por pessoas que não sejam dessa área, como eu, pois esta é vista muitas vezes como complexa e difícil de ser compreendida. Em relação ao investimento nos jovens, penso que o município faz um excelente trabalho na ligação dos mesmos com a ciência, porém acho que Oeiras podia fazer um pouco mais, mas para outras áreas. Uma sugestão seria fazer um estilo de “Rostos de Ciência” que abordasse outras áreas e que divulgasse jovens que apoiam causas, que tenham desenvolvido atividades, projetos, entre outros, tal como a Árvore de Carbono e o Space Messengers
Maria Matos: Oeiras é o município que conheço que mais investe na ciência e nos jovens. O FIC.A é um excelente exemplo visto que leva aos visitantes projetos focados em diferentes áreas da ciência, muitos dos quais são integrados por jovens.
Mário Daniel Vilas: Acho que Oeiras está a fazer um bom trabalho na área da Ciência. Sinto que, para além de apoiar os institutos e os projetos, também sabe reconhecer as pessoas que fazem a Ciência acontecer. Oeiras também tem feito um bom trabalho, pela minha experiência, a investir nos diferentes clubes de ciência das escolas do concelho. Foi graças ao clube da minha escola que consegui chegar onde cheguei e sou muito grato por isso. Por outro lado, acho que o município podia fazer mais em relação aos jovens, nomeadamente os de outras áreas. Talvez pudessem criar mais iniciativas, atraindo outras áreas do conhecimento para Oeiras. O “Dia Da Liberdade”, que tem sido festejado nas escolas secundárias, foi uma ótima iniciativa.
Miguel Liñan da Silva: Estou bastante satisfeito com o investimento do município de Oeiras na ciência e nos jovens. As iniciativas desenvolvidas como as Bolsas de Estudo para o Ensino Superior representam um forte investimento na juventude, juntamente com os diversos eventos que têm sido dinamizados tanto para o público geral como diretamente nas escolas. Considero de extrema importância que o município continue a financiar e colaborar com as instituições de investigação e universidades que ajudam a desenvolver algumas destas atividades, nomeadamente a Ciência + Cidadã, Lab In a Box, entre muitas outras. Colocando assim, Oeiras no mapa como um centro de conhecimento e criatividade.
Que oportunidades académicas e profissionais surgiram, em virtude da participação neste(s) projeto(s)?
Diogo Duarte: Embora nenhuma oportunidade tenha surgido devido a este projeto, sinto que desenvolvi muitas habilidades, principalmente em gestão e trabalho sob pressão.
Maria do Fundo: Graças à participação neste projeto tive bastantes oportunidades e permitiu-me estar presente em bastantes eventos a apresentar a Árvore de Carbono. Em junho e julho tive a oportunidade de estar no IGC como voluntária, onde pude colaborar na organização do stand do Instituto no festival “Nos Alive” 2023. Além disso, ajudei na organização das visitas ao terreno do “Oeiras Experimenta” na Quinta Marquês do Pombal, incluindo a visita do grupo “Sun & Science” organizado pelo ITQB NOVA. Colaborei ainda na organização de piqueniques de sensibilização no âmbito da alimentação saudável e sustentável.
Tive a oportunidade de participar na Summer Science no ITQB NOVA, onde durante uma semana estive presente no gabinete de comunicação e imagem de ciência da instituição, colaborando na gestão das redes sociais. Por fim, atualmente estou a fazer um estágio do gabinete de imagem e comunicação do ITQB NOVA em organização de eventos. Sinto-me bastante grata a este projeto pois sem o mesmo não teria tido estas oportunidades que me fazem crescer e aprender coisas novas todos os dias, pois assim consigo criar uma certa ligação entre a ciência e a hotelaria.
Maria Matos: Com este projeto surgiu a oportunidade de trabalhar profissionalmente pela primeira vez, participando em diferentes festivais e eventos. Tive a oportunidade de trabalhar com pessoas que não falam o mesmo idioma que eu nem tem a mesma experiência, desafiando-me a aprender mais sobre diversos assuntos e a trabalhar à base do Inglês.
Mário Daniel Vilas: Graças à “Árvore de Carbono” tive a oportunidade de participar em inúmeros eventos nacionais e internacionais, o que me permitiu desenvolver competências que me serão úteis para o meu futuro quer académico quer profissional. A “15ª Mostra Nacional de Ciência” da Fundação da Juventude e o “2021 Teachers’ Climate Change Forum” da Universidade de Helsínquia são dois exemplos que guardo com carinho. Dias 27 e 28 de novembro também iremos apresentar o nosso projeto no “Encontro Nacional de Ciência Cidadã” da Rede Portuguesa de Ciência Cidadã.
Miguel Liñan da Silva: O meu envolvimento na Árvore de Carbono abriu um leque de oportunidades académicas e profissionais. Primeiramente, ajudou-me a descobrir a minha paixão pela eletrónica, culminando na minha decisão de prosseguir os estudos em eletrónica no ensino superior. Além disso, poder trabalhar lado a lado com investigadores e especialistas expandiu a minha rede de contactos, proporcionando valiosas conexões profissionais. Muitos desses contactos surgiram em eventos em que participei, pelo que agradeço em específico à Maria João Leão, coordenadora do Programa Ciência + Cidadã, por estas oportunidades. Acredito que a minha participação neste projeto demonstrou ser uma mais valia no meu crescimento pessoal e aprendizagem quer técnica quer interpessoal.
Em que outras áreas gostaria de ver Oeiras investir?
Diogo Duarte: Pensei em algo relacionado a jogos, mas ao confirmar, descobri que até nisso já investem com o Oeiras Gaming. No próximo ano, lá estarei!
Maria do Fundo: Eu moro em São Marcos (Sintra), mas Oeiras fez e faz parte da minha vida, estudei 8 anos no Liceu de Oeiras e atualmente passo grande parte do meu tempo em Oeiras. Por isso, na minha opinião seria interessante que este município investisse mais em mobilidade, por exemplo, uma rede de autocarros do concelho de Oeiras, que unisse as freguesias e talvez concelhos vizinhos. Esta rede seria benéfica não só à população de Oeiras, mas como aos estudantes ou aos trabalhadores que têm a sua atividade profissional e/ou académica em Oeiras, mas que moram noutros concelhos.
Além disso, considero que Oeiras podia investir mais no lazer, no verão tem bastante oferta de lazer como o Nos Alive, “Somersby Out Jazz”, entre outros, mas no resto do ano o município podia criar oportunidades que fossem dinâmicas e chamassem um maior público-alvo.
Maria Matos: Gostaria de ver Oeiras a investir em áreas como as Artes e a Acessibilidade. No ARS Electronica Festival pudemos ver projetos muito interessantes que ligavam as artes com as ciências, tal como o projeto Space Messengers também faz. Através de projetos destes é possível cativar diferentes pessoas de diferentes formas, e ensinar ciências sem ser “aborrecido”.
Como tenho conhecimentos na área de Acessibilidade e contacto frequentemente com pessoas com deficiências, sei de dificuldades que estas pessoas enfrentam diariamente, muitas das quais não são muito conhecidas ou não recebem a devida atenção. O mundo deve ser acessível para todos e todos devemos contribuir para tal. Projetos que chamem à atenção destes problemas ou que sejam adaptados para todas as pessoas são projetos importantes e que devem ser reconhecidos e valorizados.
Mário Daniel Vilas: Como estudante de Engenharia da Energia e Ambiente e utilizador ávido de transportes públicos, acho que Oeiras devia investir mais na área da mobilidade urbana. Olhando para os nossos concelhos vizinhos, não acho que Oeiras esteja a utilizar todo o seu potencial. Criando um serviço municipal de transportes coletivos confortável, seguro, confiável e interligado com os municípios vizinhos, e criando incentivos como passes gratuitos para os jovens trabalhadores, estudantes e residentes de Oeiras, seria possível diminuir problemas de outras áreas, como rodoviários e ambientais.
Miguel Liñan da Silva: Atualmente, considero que Oeiras está a investir nas áreas certas de forma a proporcionar um ambiente próspero e equilibrado para os seus residentes. Mas acho que também seria bastante interessante investir em pequenos campeonatos direcionados a alunos de ensino básico e secundário, onde estes pudessem criar projetos em que desenvolvessem as suas competências STEAM. Promovendo assim o trabalho em grupo, pensamento crítico e criatividade.