
A Senciência é uma empresa de produção e desenvolvimento de conteúdo cultural e educativo, fundada por Rúben Oliveira, Emanuel Carvalho e Fátima Dias. São os organizadores do Festival Internacional de Ciência de Oeiras, um programa pioneiro que alia a área científica e tecnológica à cultural e artística.
O Festival Internacional de Ciência de Oeiras (FIC.A) é uma iniciativa organizada pela Senciência em parceria com a Câmara Municipal de Oeiras, que visa a celebração da ciência e do conhecimento com a sociedade.
Os principais objetivos do FIC.A são apresentar a ciência e a tecnologia de forma acessível, inclusiva e estimulante, de modo a promover a educação para a literacia científica, cultural e artística.
Conheça melhor esta iniciativa através das palavras de Rúben Oliveira, Emanuel Carvalho e Fátima Dias, membros fundadores da Senciência, os “Rostos da Ciência” responsáveis pelo primeiro Festival Internacional de Ciência de Oeiras.
Quando e em que contexto surgiu a ideia de criar o Festival Internacional de Ciência de Oeiras (FIC.A)?
A ideia de criar o FIC.A vem a ser trabalhada há cerca de 10 anos pela equipa da Senciência.
Fruto de experiências e responsabilidades passadas, a nossa equipa sempre teve uma forte ligação à promoção da literacia científica, em diálogo com a arte e a cultura, tanto em Portugal como um pouco por toda a Europa, onde os festivais de ciência estão mais presentes.
Estes festivais, no fundo, são peças-chave enquanto eventos de comunicação de ciência, pelo seu conceito e escala, e em Portugal não existia nenhum.
A abordagem ao Município de Oeiras acabou por surgir numa altura muito feliz, no momento em que o executivo se encontrava a destacar o vasto e rico ecossistema científico e tecnológico local, através da Estratégia Oeiras Ciência e Tecnologia.
Sendo um dos seus eixos desta estratégia dedicado à aproximação entre a ciência e a sociedade, a visão e o enquadramento da importância de se realizar um Festival de Ciência em Oeiras rapidamente se tornaram numa ambição comum.
Quais são os propósitos e mais-valias da existência do FIC.A?
O principal objetivo do FIC.A é apresentar a ciência e a tecnologia de forma acessível, inclusiva e estimulante a vários públicos, desde as crianças do pré-escolar aos seniores.
Interessa-nos muito responder à curiosidade de quem já habitualmente se interessa por estas áreas – é realmente enriquecedor criar um programa capaz de surpreender os chamados “convertidos” –, mas sobretudo queremos fomentar a participação de quem, por algum motivo, se encontra afastado destes mundos.
O FIC.A foi pensado para inovar, romper estaticismos e fundar uma nova realidade cativante e enriquecedora onde os contributos da ciência para a nossa vida e bem-estar são reconhecidos e valorizados.
A ciência é omnipresente no nosso dia-a-dia e se esperamos que o dia de amanhã seja melhor, que seja mais próspero, essa esperança recai sobre o trabalho que os cientistas desenvolvem. É esta mensagem que queremos que o público leve do FIC.A para casa. Por outro lado, acreditamos que existem mais-valias diretas para as instituições que participam no Festival.
Foi muito bom perceber que o evento poderia representar uma plataforma ideal para as instituições poderem, não só partilhar o trabalho que desenvolvem com a sociedade, mas também atingir alguns targets de divulgação de projetos mais específicos ou, ainda, utilizar o momento para apresentar e testar iniciativas piloto.
Quais são as principais iniciativas que a Senciência está a desenvolver para o futuro do Festival Internacional de Ciência de Oeiras?
Parte das iniciativas que estamos a pensar para as futuras edições do FIC.A prendem-se com as ilações que retiramos da sua estreia. Procurámos garantir que o Festival fosse diferente dos seus congéneres internacionais, a fim de garantir um forte ADN português e de inovar em matérias que nos pareciam importantes.
Assim, alguns dos eixos que tornam o Festival único serão reforçados no futuro: iremos aumentar a capacidade do programa escolar, para superar a barreira dos cerca de 16 mil alunos que recebemos na primeira edição; o programa de arte & ciência, inédito a vários níveis, irá continuar a ser um destaque do Festival, reforçando a sua ligação à cultura; continuarão também a ser apresentadas oportunidades de formação para vários públicos especializados e não-especializados, cada vez com maior expressão.
Além destes 3 eixos, queremos ir mais longe nas componentes do programa que associam a ciência a domínios algo inesperados, como o desporto ou a gastronomia. Queremos proporcionar uma experiência cada vez mais rica, ano após ano, estando ainda a ser preparadas iniciativas que permitam estimular a comunidade, nos meses que antecedem o Festival.
Como reagiram os cidadãos à primeira edição do FIC.A e quais serão as suas expetativas quanto ao futuro deste festival?
No FIC.A Oeiras 2021 recebemos cerca de 34 mil pessoas, metade das quais alunos do ensino público do município, durante a semana, e a outra metade, famílias, sobretudo no fim de semana.
As reações de ambos não poderiam ter sido melhores. Foi verdadeiramente prazeroso perceber que os alunos, mormente os mais novos, respondiam sempre com um “Sim!” contagiante, quando eram questionados sobre se tinham gostado da visita.
Alguns demonstravam até tristeza na hora da saída, pelo que acreditamos que este sentimento terá servido de força motriz para os incontáveis que regressaram no fim de semana acompanhados das suas famílias.
Fruto da estratégia de alocação dos diferentes elementos do programa a diferentes públicos-alvo, no sábado e no domingo oferecemos aos visitantes uma experiência lúdico-pedagógica capaz de responder aos seus distintos níveis de entendimento, garantindo que todos se sentiam bem-vindos no FIC.A.
Contamos que o público se torne progressivamente mais exigente face ao programa e experiência que o Festival proporciona e estamos motivados e convictos de que iremos ser capazes de responder a todos os desafios que nos sejam impostos.
Qual é o balanço que fazem do primeiro Festival Internacional de Ciência de Oeiras e como perspetivam o futuro?
O balanço do FIC.A Oeiras 2021 foi indiscutivelmente muito positivo. Pelo seu conceito, visão e objetivos, o FIC.A deixou já uma marca inextinguível na promoção da cultura científica nacional e sobre ele recaíram olhares de todo o mundo, na esperança de que venha a vingar enquanto celebração da ciência à escala global.
O mote foi dado, o espaço na agenda nacional da ciência foi conquistado e ninguém ficou indiferente, confirmando o nosso desejo de que o FIC.A venha a assumir uma periodicidade anual, que responda aos anseios constantes da sociedade por mais conhecimento, envolvimento, e espírito crítico.
O Festival ocupou um espaço mediático determinante, tendo recebido uma atenção generalizada de vários meios de comunicação social nacionais e estrangeiros, projetando extraordinariamente a ciência desenvolvida em Oeiras e em Portugal, sempre com carácter de elogio à iniciativa.
Estamos já a trabalhar para o FIC.A Oeiras 2022, rumo a um futuro que o evento ajudará a moldar.