
O mais recente vencedor da 3ª edição dos António Coutinho Science Awards, Sosdito Mananze, é responsável por um projeto que visa melhorar a eficiência do uso de recursos na agricultura em Moçambique.
Conheça melhor o projeto vencedor dos António Coutinho Science Awards, através das palavras de Sosdito Mananze , o Rosto da Ciência que lidera um projeto com o potencial de mitigar as consequências das alterações climáticas e para prevenir a insegurança alimentar em Moçambique através da otimização dos recursos agrícolas.
Professor Sosdito Mananze, foi recentemente nomeado vencedor do Prémio Científico da 3ª edição dos António Coutinho Science Awards do Instituto Gulbenkian de Ciência. Qual o significado deste prémio para si?
Significa o reconhecimento do trabalho que tenho realizado no sentido de desenvolver ferramentas de apoio ao processo de produção agrícola em Moçambique.
Quais as mais valias deste Prémio para a continuidade do trabalho de investigação no – Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência?
O prémio viabiliza a viagem para interação com investigadores do INESCTEC, um centro de pesquisa de Excelência. Este tipo de interação constitui uma mais-valia na formação e consolidação de novos cientistas, mediante a exposição a ambientes científicos mais robustos e a criação de uma rede de contactos para colaborações futuras com cientistas mais experientes.
Quais os avanços científicos que se podem esperar desta linha de investigação no âmbito da atribuição dos António Coutinho Science Awards?
Os principais avanços científicos esperados são a identificação do tipo de dados de deteção remota mais apropriados para a estimativa dos indicadores biofísicos das culturas, a assimilação de dados de deteção remota em modelos de crescimento das culturas agrícolas e o mapeamento da produtividade das culturas ao nível da parcela.
Na sua leitura, os apoios para projetos científicos e inovadores de relevância estratégica, desenvolvidos por cientistas de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, são suficientes em Portugal? Que apoios destaca?
Penso que Portugal tem-se destacado como um dos principais financiadores de projectos científicos nos PALOPs! Para além do prémio António Coutinho Science Awards, tenho conhecimento de outras oportunidades lideradas pela Fundação de Ciência e Tecnologia e, pelo Instituto Camões. Por outro lado, várias Universidades Portuguesas oferecem uma redução substancial de propinas para os estudantes dos PALOPs.
Moçambique encontra-se na lista de países mais vulneráveis às alterações climáticas. De que forma o seu projeto “Sistema de suporte a decisão baseado em Deteção Remota para a eficiência do uso de recursos na agricultura em Moçambique” poderá ajudar a mitigar as mudanças climáticas e a prevenir a insegurança alimentar dos moçambicanos?
O projecto é bastante útil para a mitigação das mudanças climáticas e para prevenir a insegurança alimentar, mediante a optimização do uso, por exemplo, da água para a irrigação, bem como para a promoção do aumento da produção e produtividade.